quarta-feira, 9 de março de 2011

3 - Indicadores de Desenvolvimento Sustentável

Nos dois artigos anteriores, 
foram mencionados 
o conceito e os principais objetivos
do desenvolvimento sustentável.
A partir deste, 
serão abordados os possíveis meios
para vivenciá-lo em nosso cotidiano
e para enfrentar os principais desafios
em busca de um mundo sustentável.

Nosso planeta já nos oferece todos os recursos naturais necessários para a nossa sobrevivência - calor, atmosfera, alimentos, água, são apenas alguns deles. Porém, as nossas necessidades geraram, ao longo do tempo, atividades econômicas baseadas no uso e na transformação desses recursos. Portanto, ainda me referirei, neste artigo e nos próximos, ao futuro da humanidade, que foi o tema do artigo anterior, visto que há uma evidente dependência mútua entre nós, o nosso planeta e as nossas atividades - especialmente as econômicas.

Recursos renováveis e não renováveis

Há recursos naturais renováveis e não renováveis. Os primeiros existem em quantidades e volumes limitados, e ainda assim muitos só são renováveis se respeitarmos devidamente os limites de velocidade de sua capacidade de renovação. As árvores, por exemplo, são recursos renováveis, mas se continuarmos cotando mais árvores do que plantamos, agravaremos a degradação ambiental. Se, em vez disto, passarmos a plantar mais e cortar menos árvores, estaremos dando uma grande contribuição para que elas permaneçam como recursos renováveis por um período mais longo. 
Muitas pessoas consideram como úteis somente as árvores que geram frutas ou madeira de boa qualidade. Ignoram que todas as árvores, assim como todos os vegetais, colaboram para a purificação a atmosfera, retirando dela o excesso de gás carbônico, que é prejudicial para nós, e lançando nela mais oxigênio, que é o que precisamos. A água e os peixes também são recursos renováveis. Como os principais não renováveis, podemos citar o petróleo e os metais. 

Os indicadores

"Sustentar" é defender e favorecer algo manifestando opiniões e principalmente realizando ações para ajudar a cuidar e conservar. Em termos econômicos, quando falamos em "sustentabilidade", estamos dizendo que cada um de nós tem a obrigação de agir, da melhor forma que lhe for possível, para manter um equilíbrio saudável dos recursos naturais. Esta é a única forma forma possível de garantir o suprimento das necessidades das gerações atuais em causar problemas ao suprimento das necessidades das próximas gerações. Mas para isto, é necessário que cada pessoa tenha um mínimo de conhecimento satisfatório para entender quais são os principais indicadores de desenvolvimento sustentável.
Alguns desses indicadores foram estabelecidos em 1995 pela Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável para servir como referência para os países em desenvolvimento e para fazer revisões de outros indicadores. Eles mesmos já foram revistos duas vezes (em 2001 e 2007) após terem sido aprovados em 1996. Atualmente, existem 14 itens considerados como principais indicadores, divididos em dois grupos de sete. Num dos grupos estão incluídos a pobreza, os perigos naturais, a governabilidade, o ambiente, a parceria econômica global (*) e a saúde. O outro grupo inclui a Terra (o planeta), os nossos padrões de consumo e produção, a educação, os oceanos, a demografia, a água (enfatizando o problema da escassez de água potável e os recursos hídricos) e a biodiversidade. 
Num país como o Brasil, onde o nível de ensino é um dos piores do mundo (**), torna-se difícil, para muitos cidadãos, o entendimento melhor possível dos significados de  termos como "demografia", "biodiversidade" ou "recursos hídricos". A demografia é o estudo da dinâmica populacional humana, e "dinâmica populacional" é o estudo para a compreensão dos fatos que ocorrem na relação entre a população e o ambiente - ou os ambientes - em que ela vive. 
Os recursos hídricos são as águas existentes no subsolo e na superfície do planeta que estejam em condições de uso para o nosso benefício. As fontes subterrâneas são os principais reservatórios naturais de água potável e são utilizadas por cerca de 60% da população mundial.
A biodiversidade é a diversidade da natureza. É a variedade que ocorre entre todos os seres vivos - inclusive os humanos - e as complexidades ecológicas nas quais eles se incluem. Portanto, quanto mais avançam os estudos e as descobertas relacionadas à biodiversidade, mais avançam nossas necessidades de entendê-la da melhor forma possível, pois a nossa sobrevivência depende disto. Isto porque se torna mais evidente a realidade de que, apesar do nosso planeta nos fornecer todos os recursos naturais de que precisamos, ele é extremamente frágil e está, cada vez mais, necessitando da nossa proteção. Mas enquanto o nosso nível de ensino estiver em condições tão precárias, muitas pessoas entenderão que é necessário fazer algo, mas é muito difícil esperar que muitas delas entendam o que devem e como devem fazer. 

(*) Neste caso, é preciso entender o que é a globalização. Leia o artigo "O Século do Conhecimento" no blogue "A Vida é um Show!". Acesse-o através deste link: http://cultinform.blogspot.com/2010/02/o-seculo-do-conhecimento.html 

(**) Segundo o PISA (Programa Internacional Sobre Aprendizagem), o nível de ensino e de aprendizagem por aluno, no Brasil, está em 53.º lugar entre os 65 países em piores condições nesse setor. 


Próximo artigo: 4 - A "Pegada Ecológica" de Cada Pessoa no Mundo.

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